terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dimitri BR e as vídeocanções do diahum

Nessa bendita rede de cada dia, acabei encontrando Dimitri BR e Dimitri BR encontrando o ClipClipUha. Mais uma vez se fez a prova de que há figuras muito boa onda em blogs e twittes desse mundo, mundo, vasto mundo. Dimitri é responsável pelo diahum, onde cada dia 1 do mês ele posta vídeocanções de sua autoria gravadas por amigos. Achei divertidíssimo os clipes e curti tanto as músicas que resolvi fazer uma entrevista com o próprio Dimitri. E aqui está (com os clipes, é claro!).

Microfonia



01. Antes de tudo quem é Dimitri Rebello? E o que é diahum?

Dimitri Rebello (a.k.a. Dimitri BR) é um cara que gosta de música, pessoas e palavras, e por isso ouve, lê e observa, pra volta e meia dar também seus palpites – em forma de música ou texto, ou qualquer outra que passe bem o recado na hora.

diahum é um desses palpites: um projeto que põe no ar, na internet, uma videocanção original no dia 1 de cada mês, pra que ela deixe de ser “minha” e vá ganhar novos significados na interação com outros olhos e ouvidos.

02. Como se deu a idéia de fazer músicas para ver e vídeos para ouvir?

a idéia de início era lançar uma música por mês em áudio; o principal era ter uma periodicidade fixa. só depois resolvi optar pelo formato de vídeo – com o qual nunca tinha trabalhado –, porque achei que ele era mais “honesto”, mais aberto a interpretações e interações que uma gravação “pronta” feita em estúdio.

até porque, do jeito que as videocanções são feitas – com equipamento simples, quase sempre com som direto e sem cortes – elas acabam preservando um pouco do sentimento de “ao vivo”, da imperfeição que se perde nas gravações over-produzidas de hoje em dia.

A carne é fraca "epifania vegetariana"


03. As vídeocanções são exclusivas para internet? Ao vivo também acontece?

o diahum foi pensado pra ser veiculado na internet, pela possibilidade de interação e de permanecer no ar, disponível pra ver e rever; mas certamente ele terá desdobramentos no mundo físico. ainda estou maquinando o formato, mas posso adiantar que deve rolar uma coletânea em formato físico (dvd) e um show, provavelmente no início do ano que vem. (apresentações ao vivo antes disso, provavelmente só com minha banda, a 3a1.)

04. E as influências musicais e referências científicas (Einstein, Asimov, Verne, Spock)?

eu vejo um distinção entre influência e referência: pra mim, “influência” é tudo a que a gente é exposto, não só de música, mas no nosso contato diário com o mundo. nesse sentido, como já disse, sou um curioso, tento captar o quanto posso do que está à minha volta, sem preconceitos. já “referência” é a influência que a gente escolhe conscientemente pra usar numa obra; é uma coisa que a gente pega da nossa bagagem e põe no que está fazendo na hora.

as referências que você citou, por exemplo, estão lá porque a música “que chato (ladainha tridimensional)” trata de assuntos científicos – limites da percepção humana, existência de outras dimensões, etc. – com um enfoque próximo do da ficção científica, e esses autores são referências pra mim na área.

e é assim com todas: “deixa solto” foi feita quando a imprensa estava pegando no pé do Marcelo Camelo e da Mallu Magalhães, então traz alguma coisa do universo deles (vide os óculos verdes, o clima folk...); “a carne é fraca (epifania vegetariana)” é uma brincadeira/homenagem a minhas amigas cantoras vegetarianas Ju Bertolini e Helena Rosenthal – que por sinal aparecem em “microfonia”, numa cena meio “morte e vida severina”; “eu não consigo me vender direito” empresta a ironia do Chico Buarque e a teatralidade dos Secos & Molhados; “mercado negro” se remete a dois vídeos que adoro, ambos focados no rosto do cantor: o “no surprises” do Radiohead e a Elis Regina cantando “20 anos blues” no programa ensaio.

e por aí vai. pra cada música eu poderia listar diversas referências minhas que eu reconheço; mas certamente há nelas muitas outras influências que eu mesmo não notei num primeiro momento.

05. Como diz uma videocanção sua, afinal, você agora tem conseguido se vender?

hehe, rapaz, sabe que minha muamba até que tem agradado?

quando comecei o diahum eu não fazia a menor idéia do que ia acontecer; acho que isso é parte da graça de se começar algo, né? mas hoje, chegando ao 7º mês, fico feliz de ver que o projeto tem uma cara, e que a cada mês mais pessoas vão, aos poucos, conhecendo e se interessando e interagindo com as videocanções.

ainda não fui parar no domingão do faustão (pra desgosto da minha tia-avó, dona Agusta), mas o importante é que as músicas têm chegado até mais e mais pessoas, ganhando vida e novos significados – e é isso o que mais me interessa.

valeu, a benção Padim Cê e abraços paratodos!

Mercado Negro

2 comentários:

Dimitri BR disse...

salve Padim!

ficou massa nossa entrevista.

linkei lá no http://diahum.blogspot.com

e aproveitei pra fazer um post a respeito também no mue blog pessoal http://humdeabril.blogspot.com .

valeu, abraços,

clipclip, uha!

Rafael Mantovani disse...

uha!