Um som inconfundível é raro. Um som inconfundível que parece chegar sem esforço, leve e descontraído, é mais raro ainda.
Tono é uma banda com estes raríssimos dons, com este som que passeia distraído entre o leve e o pesado, regido ora pelo acaso ora pelo virtuosismo. Engraçado, sentando para escrever este release só consigo escrever finalizações, frases de efeito para ficarem na mente de quem passa de leitor a ouvinte... Por que será?
Poderia ou talvez deveria começar falando da marca registrada da banda, o vocal a dois da Ana Claudia Lomelino e do Rafael Rocha. As suas vozes são lisas e confiantes, afinadas e cheias de malicia sem maldade. Ou sem muita maldade. A guitarra do Bem Gil é emocionante, tanto quando brejeiro como quando rasga. O groove do Bruno Di Lullo é profundo. Não dá descanso, com flautas e teclados Leandro Floresta expande o som. A bateria do Rafael é expressiva, um outro agente orquestrador. Tudo tem muito suingue natural, nada soa forçado. É uma espécie de ápice do ser carioca. Pode pensar que isso não é nada mas é muita coisa, sim senhor. Como se para provar isso o disco acaba com a única canção não original: Nega Música, do paulista Itamar Assumpção...
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